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Entenda os fatores envolvidos no diagnóstico da dor lombar

Como é feito o diagnóstico da causa da dor na coluna lombar?

 

 

Obter um diagnóstico preciso que identifica a causa subjacente da dor, e não apenas apontar uma simples alteração em exame de imagem, é importante para orientar o tratamento correto. As alterações degenerativas ou de desgaste na coluna são extremamente comuns em pacientes que fazem ressonância magnética da coluna lombar por qualquer motivo, atribuir a causa da dor nas costas a uma destas alterações pode ser um trabalho desafiador.

 

 

Como base do processo diagnóstico, o paciente fornece uma descrição detalhada dos sintomas e do histórico médico. A partir dessas informações, o médico procederá ao exame físico e geralmente terá uma ideia geral da origem da dor do paciente.

 

 

História do Paciente

 

 

Antes de iniciar um exame físico, o paciente será solicitado a fornecer informações sobre os sintomas e o histórico médico. As consultas geralmente incluem:

 

 

Características dos sintomas atuais

 

 

A dor melhora ou piora em determinados momentos do dia, como ao acordar ou depois do trabalho? Até onde a dor se espalha? Existem outros sintomas ocorrendo ao mesmo tempo, como fraqueza ou dormência? Qual é o tipo da dor – difusa, aguda, em aperto, facada, queimação, agulhada?

 

 

Sinais de alarme (“bandeiras vermelhas”)

 

 

Alguns sintomas podem estar relacionados a doenças mais sérias da coluna, e não apenas ao desgaste observado mais comumente. São eles: febre, perda de peso, história de câncer, história de trauma, uso de anticoagulante, osteoporose, alterações neurológicas, dor em repouso, abuso de drogas, deficiência de imunidade, procedimento invasivo recente, entre outros. Estes sintomas devem suscitar uma investigação ágil e completa a fim de se afastar causas mais sérias de dor nas costas.

 

 

Nível de atividade

 

 

A pessoa leva um estilo de vida geralmente mais ativo ou sedentário? Por exemplo, o trabalho exige que você fique sentado em uma mesa ou em uma linha de montagem por longos períodos de tempo? Com que frequência a pessoa se exercita?

 

 

Hábitos de sono

 

 

Como regra geral, qual a quantidade e qualidade do sono do paciente? Qual é a posição preferida para dormir? Que tipo e / ou qualidade de colchão e travesseiro o paciente utiliza?

 

 

Postura

 

 

Que tipo de postura é confortável ou desconfortável? O paciente normalmente senta-se ereto ou desleixado?

 

 

Lesões

 

 

A pessoa teve algum trauma recente? Houve uma lesão no passado que pode ser relevante agora?

 

 

As respostas a essas perguntas fornecem ao médico uma imagem mais completa da vida diária do paciente, indicando possibilidades mais específicas para dor lombar. O histórico médico costuma ser a ferramenta mais poderosa para encontrar um diagnóstico.

 

 

Exame físico

 

 

O objetivo de um exame físico é restringir ainda mais as possíveis causas da dor. Um exame físico típico para dor lombar inclui alguma combinação das seguintes etapas:

 

 

Palpação

 

 

O médico poderá palpar ou percutir ao longo da região lombar para localizar qualquer espasmo ou rigidez muscular, áreas de sensibilidade ou anormalidades nas articulações.

 

 

Exame neurológico

 

 

O diagnóstico provavelmente incluirá um exame motor, que envolve a movimentação contra resistência para extensão e flexão (movimento para frente e para trás) do quadril, joelho e dedão do pé, bem como movimento do tornozelo. Um exame sensorial provavelmente incluirá o teste da reação do paciente ao toque leve, uma picada de alfinete ou outros sentidos na parte inferior do tronco, nádegas e pernas.

 

 

Teste de amplitude de movimento

 

 

O paciente pode ser solicitado a dobrar ou torcer em certas posições. Essas atividades são realizadas para procurar posições que piorem ou recriem a dor e para ver se certos movimentos são limitados pelo desconforto.

 

 

Teste de reflexo

 

 

Os reflexos do paciente nas pernas serão verificados para avaliar os reflexos enfraquecidos e a diminuição da força muscular. Se os reflexos estiverem diminuídos, uma raiz nervosa pode não estar respondendo como deveria.

 

 

Teste de elevação da perna

 

 

O paciente é solicitado a deitar de costas e levantar uma perna o mais alto e reto possível. Se este teste de elevação da perna recriar a dor com irradiação para a perna até um ângulo de 30º, pode-se suspeitar de uma compressão ou irritação de uma raiz lombar, mais comumente causada por uma hérnia de disco. A dor referida acima de 30º pode ser considerada, mas se torna menos específica pois pode estar havendo dor causada pelo alongamento dos músculos e tendões da coxa e perna.

 

 

Nos casos de dor aguda (menos de 4 a 6 semanas), o médico geralmente é capaz de levantar uma suspeita diagnóstica e instituir um tratamento básico inicial com base nas informações coletadas de uma boa história clínica e exame físico, e pode ser que nenhum teste adicional seja necessário. Nos casos de dores subagudas (4 a 12 semanas) ou crônicas (maiores que 3 meses), e naqueles casos com sinais de alarme, serão necessários mais exames e/ou procedimentos para se chegar a um diagnóstico preciso.

 

 

Exames de imagem

 

 

Exames de imagem às vezes são necessários para obter mais informações sobre a causa da dor de um paciente. Um teste de diagnóstico por imagem pode ser indicado se a dor do paciente for forte, não aliviada em dois ou três meses, apresentar sinais de alarme e não melhorar com o tratamento clínico.

 

 

Os exames de imagem comuns incluem:

 

 

Raios X são usados para observar principalmente o alinhamento da coluna vertebral na posição de pé, e pode ser feito ainda com o paciente flexionando e estendendo (movimentando para frente e para trás) a coluna na tentativa de se identificar algum deslizamento entre as vértebras ou instabilidade. Os raios X podem mostrar ainda outras anormalidades como artrite, fraturas, esporões ósseos ou tumores.

 

 

Tomografia computadorizada é um exame rápido que pode trazer mais informações sobre a estrutura tridimensional da coluna, com ênfase na visualização da parte óssea, incluindo possíveis calcificações de discos e ligamentos, ou perda de densidade óssea.

 

 

Ressonância magnética fornece uma imagem detalhada das estruturas da coluna vertebral sem usar a radiação necessária para os raios-x e tomografias, porém costuma ser um exame mais prolongado e incômodo para os pacientes, apesar de não invasivo. Uma ressonância magnética da coluna vertebral pode detectar anormalidades nos tecidos moles, como músculos, ligamentos, discos intervertebrais e nervos. Uma ressonância magnética também pode ser usada para localizar desalinhamentos ou crescimento excessivo das articulações na coluna vertebral.

 

 

Estudos de infiltração ou bloqueios diagnósticos são injeções de anestésico local associados ou não a corticóides, guiadas por raio-x ou ultrassom, em estruturas anatômicas específicas como articulações, discos e espaço em torno dos nervos (espaço peridural). Eles são úteis para confirmar a origem da dor. Eles são usados tanto no diagnóstico quanto em conjunto com o tratamento e reabilitação, e são considerados preditivos de resultados cirúrgicos.

 

 

Os médicos podem ter uma boa suspeita do que está causando a dor lombar, mas nos casos de dor crônica nas costas (mais de 3 meses), é frequente que apenas pelo exame clínico e exames de imagem não se possa ter certeza do que está acontecendo. Para tanto, os bloqueios ou infiltrações servem como testes confirmatórios, ou não, da hipótese inicial levantada pelo médico.

 

 

Esse texto tem o objetivo trazer informação de qualidade e de fácil compreensão para o público leigo, não tem cunho científico e não se trata de recomendação terapêutica. A melhor forma de tirar suas dúvidas é conversando com seu médico.

 

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