A dor crônica é uma condição debilitante que tem afetado milhões de pessoas em todo o mundo, incluindo cerca de 37% dos brasileiros, segundo dados da Sociedade Brasileira de Estudos da Dor (SBED). A neuromodulação cerebral é uma abordagem terapêutica eficaz para o tratamento dessas dores, oferecendo uma alternativa quando outros métodos não apresentam resultados. Esta técnica avançada atua diretamente no sistema nervoso, modulando os sinais de dor, e é especialmente indicada para pacientes que sofrem com dores persistentes e refratárias.
O Que é como funciona a Neuromodulação?
Para exemplificar, imagine um órgão que foi emputado, muitas pessoas continuam sentindo dor mesmo sem o orgão. A neuromodulação atua modificando a forma como os nervos transmitem os sinais de dor ao cérebro. Quando uma área específica do sistema nervoso é estimulada, os impulsos elétricos ou magnéticos interferem nesses sinais, reduzindo ou bloqueando a percepção da dor. Esse processo pode envolver a estimulação de nervos periféricos, da medula espinhal ou de áreas específicas do cérebro. Essa abordagem pode ser realizada de forma não invasiva e sutil.
Por exemplo, a estimulação magnética transcraniana (EMT) é uma técnica não invasiva que utiliza pulsos magnéticos para estimular áreas específicas do cérebro. A EMT tem sido eficaz no tratamento de dores neuropáticas e condições psiquiátricas associadas à dor crônica, como a depressão. No Brasil, a EMT vem sendo cada vez mais aplicada, com pesquisas demonstrando sua eficácia em reduzir a dor neuropática emgrande parte dos pacientes tratados.
Já a estimulação elétrica medular é frequentemente utilizada em pacientes com dores crônicas que não respondem a tratamentos convencionais. Essa técnica envolve a implantação de eletrodos próximos à medula espinhal, os quais emitem pulsos elétricos que modulam os sinais de dor antes que eles alcancem o cérebro. Estudos mostram que essa abordagem pode reduzir a dor em até 70% dos casos de dor crônica severa.
Técnicas de Neuromodulação, Aplicações Clínicas e Benefícios
A neuromodulação tem se destacado como uma abordagem eficaz no tratamento de diversas condições, especialmente na dor crônica associada a doenças como fibromialgia, dor lombar, neuropatia periférica e dor pós-cirúrgica. As principais técnicas de neuromodulação incluem:
👉 Estimulação Elétrica Medular (EEM): Indicada para pacientes com dores nas costas e pernas, como em casos de síndrome pós-laminectomia e dor lombar crônica. Essa técnica envolve a implantação de eletrodos na medula espinhal para interromper os sinais de dor antes que eles cheguem ao cérebro.
👉 Estimulação Magnética Transcraniana (EMT): Utilizada no tratamento de dores neuropáticas e condições psiquiátricas como a depressão resistente ao tratamento. A EMT envolve a aplicação de campos magnéticos no couro cabeludo para estimular as áreas cerebrais responsáveis pelo processamento da dor.
Foto: Serviço Interdisciplinar de Neuromodulação do IPq/USP
👉 Estimulação do Nervo Vago (ENV): Aplicada em casos de enxaqueca crônica, epilepsia e, mais recentemente, em algumas formas de depressão. A ENV envolve a implantação de um dispositivo que envia impulsos elétricos ao nervo vago, modulando a atividade cerebral e reduzindo a dor.
Foto: https://www.mayoclinic.org/tests-procedures/vagus-nerve-stimulation/about/pac-20384565
👉 Estimulação de Nervo Periférico (ENP): Utilizada para tratar dores focais, como as causadas pela síndrome do túnel do carpo ou dor ciática. Eletrodos são colocados próximos aos nervos periféricos para alterar a transmissão dos sinais de dor.
👉 Estimulação do Nervo Occipital (ENO): Indicada para o tratamento de cefaleias em salvas e enxaquecas crônicas. A ENO envolve a estimulação dos nervos occipitais, que estão localizados na parte posterior do crânio.
👉 Estimulação Cerebral Profunda (ECP): Usada em condições mais graves, como a dor central pós-AVC e dores causadas por distúrbios neurológicos complexos. Eletrodos são implantados em áreas específicas do cérebro para modular a atividade neuronal e aliviar a dor.
Foto: https://doctoracarolinaramirez.com.mx/especialidades/estimulacion-cerebral-profunda/
👉 Bombas de Infusão Intratecal: Embora não seja uma forma de estimulação elétrica, as bombas de infusão intratecal administram medicamentos diretamente no espaço ao redor da medula espinhal, proporcionando alívio da dor em pacientes que não respondem bem aos tratamentos orais.
Foto: https://spinomax.com/intrathecal-infusion-pump/
Essas técnicas variam em invasividade e são selecionadas com base na condição específica do paciente e na resposta a tratamentos anteriores. Estudos clínicos têm demonstrado que a neuromodulação pode proporcionar alívio significativo da dor, melhorando a qualidade de vida dos pacientes. Em muitos casos, ela é utilizada em conjunto com outras terapias para otimizar os resultados.
Indicações, Contraindicações e Riscos
A neuromodulação é indicada especialmente para pacientes que passaram por outros tratamentos contra a dor crônica, como medicamentos e fisioterapia, e não obtiveram os resultados desejados. Essa técnica tem se mostrado eficaz em condições como dor lombar crônica, neuropatia diabética, enxaquecas crônicas e dores neuropáticas. Estudos indicam que até 80% dos pacientes com dores crônicas que não respondem a tratamentos convencionais podem se beneficiar da neuromodulação.
No entanto, nem todos os pacientes são candidatos ideais para essa intervenção. A neuromodulação não é recomendada para pacientes que sofrem de condições psiquiátricas graves não controladas, pois essas condições podem complicar a resposta à terapia e a adesão ao tratamento. Pacientes com alterações cognitivas, em vulnerabilidade social e sem rede de apoio também podem ter dificuldade no manejo dos aparelhos ou acompanhamento da condição, que pode necessitar de recarga ou troca dos geradores.
Como qualquer procedimento médico, a neuromodulação envolve certos riscos. Entre as complicações potenciais estão infecções no local do implante, que ocorrem em cerca de 2% a 5% dos casos, dores de cabeça e desconforto na área estimulada. Em situações raras, que afetam menos de 1% dos pacientes, pode ocorrer dano neurológico. No entanto, com uma seleção criteriosa dos pacientes e a execução do procedimento por profissionais experientes, como o Dr. Carlos Romeu, esses riscos podem ser minimizados significativamente. É importante que os pacientes sejam bem informados sobre os benefícios e os riscos antes de optar por essa intervenção.
A neuromodulação surge como uma solução promissora e inovadora para o tratamento da dor crônica. À medida que a tecnologia e a pesquisa clínica continuam a avançar, as aplicações dessa técnica tendem a se expandir, oferecendo esperança e alívio a um número cada vez maior de pacientes que enfrentam dores crônicas debilitantes.
Se você ou alguém que você conhece está lutando contra a dor crônica e deseja saber mais sobre como a neuromodulação pode ajudar, entre em contato com o Dr. Carlos para uma consulta. Descubra como essa técnica avançada pode transformar sua qualidade de vida.
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