Foram realizadas duas cirurgias com pacientes internados no Hospital Geral Roberto Santos (HGRS), em Salvador, enquanto estavam acordados. Os procedimentos foram neurocirurgias para tratar tumores localizados na área da linguagem e, para estimular o local, é preciso que os doentes se comuniquem com os médicos durante o processo.
A técnica, conhecida como “awake craniotomy” (craniotomia acordada), é feita com o crânio aberto. Durante o procedimento, o paciente pode precisar responder a perguntas simples, como “quais os dias da semana?”, ou resolver uma operação matemática ou tocar um instrumento musical.
As duas cirurgias foram realizadas pelos neurocirurgiões Dr. Carlos Eduardo Romeu e Dr. Lucas Mascarenhas, na segunda-feira, 11, e terça-feira, 19. O primeiro paciente teve alta hospitalar na quinta-feira, 14 – mesmo dia em que seria operada a segunda paciente, uma mulher de 31 anos. No entanto, por não haver bolsas de sangue compatíveis com ela no estoque do hospital, o procedimento precisou ser remarcado.
A participação de anestesiologistas é fundamental no processo. No primeiro momento, conforme explica a anestesiologista em neurocirurgias no HGRS, Lilian Cibele, o paciente está completamente anestesiado, sob anestesia geral. O tipo de anestesia muda quando o paciente passa a não sentir mais dor e, então, a remoção do tumor é feita com o controle das reações neurológicas.
A técnica de craniotomia acordada é especialmente importante em neurocirurgias onde o tumor está localizado em áreas críticas do cérebro, como a área da linguagem. Permitir que os pacientes se comuniquem durante o procedimento ajuda os neurocirurgiões a mapear com precisão as áreas funcionais do cérebro, minimizando o risco de danos permanentes às funções cognitivas.
O Dr. Carlos Eduardo Romeu destacou que a craniotomia acordada tem mostrado resultados promissores em termos de recuperação e preservação das funções neurológicas dos pacientes. “Cada paciente é único, e a abordagem personalizada durante a craniotomia acordada nos permite adaptar a cirurgia às necessidades individuais, aumentando a segurança e eficácia do procedimento.”
Além das vantagens neurológicas, a craniotomia acordada também oferece benefícios em termos de recuperação pós-operatória. Pacientes submetidos a este tipo de neurocirurgia frequentemente apresentam uma recuperação mais rápida, com menor tempo de internação e retorno precoce às suas atividades normais.
A técnica de embolização, apesar de ser menos invasiva que a craniotomia, pode ser utilizada em conjunto com a craniotomia acordada em alguns casos. A combinação de ambas as técnicas pode oferecer uma solução mais abrangente para certos tipos de tumores cerebrais, especialmente aqueles que são difíceis de acessar ou tratar apenas com a cirurgia.
Fonte: A Tarde
Fonte: atarde.uol.com.br/saude/noticias/2127894-neurocirurgias-sao-realizadas-em-pacientes-acordados-no-hgrs
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